sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Saudades de ser pequenina

Gosto da minha vida. Ainda me falta realizar muita coisa, mas não me posso queixar. Mas às vezes tenho saudades de ser pequenina. Saudades do tempo em que a maiores preocupações que eu tinha eram os testes e os namorados. Do tempo em que as únicas coisas que me tiravam o sono era as zangas com as amigas e os amores não correspondidos. Das brincadeiras de faz de conta, das conversas e confidências despreocupadas nos intervalos. Das férias com os pais no campismo, com os avós paternos na praia e com os avós maternos na aldeia. Das brincadeiras que num repente passavam a discussões terríveis com a irmã. De não saber o que é preocupar com emprego, dinheiro, contas para pagar. De pensar que a maioria das pessoas eram boas, e que as más eram raras excepções (infelizmente deparei-me com a maldade aos 10 anos). Tenho saudades sobretudo da inocência. Antes de tudo ter mudado. Antes de me ter morrido uma pessoa, que ainda hoje está viva. Antes de me ter morrido mesmo uma pessoa, que ainda hoje me faz tanta falta. Antes de ver que as pessoas são maioritariamente más. Antes de ver o mundo a cores na mesma, mas com cores mais esbatidas.

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