sábado, 28 de outubro de 2017

Cair no esquecimento

Quando andava num cemitério, calhei de passar pela zona das campas de crianças. Parei um pouco e tiver a observar. E além do aperto no coração que senti por ver ali crianças que morreram com dias, meses ou poucos anos de vida, houve uma coisa que me abalou... O abandono. Numas 15 a 20 campas, só duas tinham flores e aspecto de serem visitadas como o mínimo de regularidade. E sem querer julgar ninguém, até porque, felizmente, não faço ideia do que é passar por uma tragédia dessas, fiquei a pensar. Será que as pessoas conseguem andar com a vida delas para a frente e esquecer uma criança que perderam? Será que a correria do dia a dia não lhes permite mais visitas? Será que não esquecem mas afastam-se dali para se preservarem? Será que simplesmente não dão valor aos cemitérios e ao seu significado? Que preferem valorizar a parte espiritual? Prefiro acreditar nas últimas hipóteses, mas não deixa de ser triste ver aquelas campas pequeninas tão cinzentas e abandonadas.

Sem comentários:

Enviar um comentário